Manutenção preventiva é o segredo para evitar dores de cabeça e manter suas operações rodando sem surpresas desagradáveis. 

Em vez de esperar que um problema aconteça para depois correr atrás do prejuízo, essa estratégia foca em antecipar e corrigir falhas antes que elas causem interrupções. 

Com um conjunto de ações planejadas, ela permite que sua equipe realize inspeções, ajustes e substituições de forma programada. 

O resultado? Equipamentos operando de maneira eficiente e confiável, menos risco de paradas inesperadas e uma vida útil prolongada para os ativos. 

Se você deseja minimizar problemas e maximizar a produtividade, esse é o caminho a seguir.

O que a manutenção preventiva faz?

As atividades são realizadas com base em intervalos de tempo estabelecidos — seja por horas de operação, ciclos de produção ou recomendações específicas dos fabricantes, que incluem: 

  1. Inspeções regulares: verificações visuais e sensoriais sistemáticas para identificar sinais de desgaste, corrosão, vazamentos, vibrações anormais ou outros problemas potenciais que comprometam a operação.
  2. Limpeza e lubrificação: manutenção da limpeza dos componentes e aplicação de lubrificantes adequados para minimizar atrito e desgaste, prevenindo o acúmulo de resíduos que podem impactar o desempenho e a longevidade dos equipamentos.
  3. Ajustes e reapertos: ajuste de componentes e reaperto de parafusos, conexões e partes móveis que possam se soltar ou desalinhar durante a operação, garantindo a integridade estrutural e o desempenho adequado dos equipamentos.
  4. Substituição de peças: troca de peças e componentes sujeitos a desgaste natural, como rolamentos, correias, filtros e vedantes, seguindo recomendações do fabricante ou com base em critérios preditivos, como análise de desgaste ou vida útil projetada.
  5. Testes de desempenho: avaliação do equipamento por meio de testes de funcionamento e medição de parâmetros operacionais (como temperatura, pressão, vibração) para verificar sua performance e detectar a necessidade de ajustes ou intervenções antes que falhas ocorram.

Embora o processo de manutenção preventiva pareça simples, na prática, ele pode ser bem mais complicado. 

A ideia de seguir um cronograma fixo para inspeções, limpezas e ajustes parece fácil, mas na realidade, é preciso coordenar muitos detalhes. 

Isso inclui alinhar equipes, ajustar os horários de manutenção e lidar com mudanças inesperadas nas condições de trabalho ou nas demandas de produção. 

Manter o equipamento em bom estado exige mais do que apenas seguir um plano; é preciso adaptar os procedimentos conforme surgem novos desafios e garantir que todos os passos sejam executados corretamente, sem prejudicar a operação ou a segurança.

Quais são os critérios para adotá-la?

Para saber se a sua empresa realmente precisa adotar a manutenção preventiva, você precisa considerar alguns pontos-chave. Primeiro, pense no intervalo de tempo para manutenção. 

Isso envolve decidir com que frequência você realizará as atividades de manutenção, com base em quanto tempo o equipamento fica em operação. 

Outro fator importante são as horas de atividade da máquina — se suas máquinas trabalham o tempo todo ou têm um uso intenso, você vai precisar planejar a manutenção mais frequentemente. 

Também é crucial olhar para o volume de produção. Se a produção aumenta, pode ser necessário ajustar o plano de manutenção para acompanhar. 

Às vezes, um critério misto, que combina esses fatores, é a melhor abordagem. Isso ajuda a criar um plano de manutenção que realmente se encaixa nas necessidades da sua empresa, garantindo que você mantenha tudo funcionando bem sem gastar mais do que o necessário.

Curva PF nas indústrias

Uma ótima forma de identificar problemas e otimizar a manutenção é utilizando a Curva PF. Essa ferramenta ilustra como o desempenho do equipamento evolui ao longo do tempo, destacando as fases críticas do ciclo de vida dos ativos. 

Inicialmente, o equipamento opera em condições ideais, mas com o tempo e o uso, começa a apresentar sinais de desgaste. A Curva PF ajuda a monitorar essa degradação, indicando o momento em que o equipamento pode começar a falhar. 

A partir do ponto onde o desgaste se torna significativo, conhecido como Ponto F, a probabilidade de falhas aumenta. 

Acompanhando essa curva, é possível antecipar intervenções de manutenção antes que os problemas se agravem e causem paradas inesperadas, garantindo assim a continuidade e eficiência das operações. 

Tipos de falhas 

Quando falamos sobre falhas em equipamentos, é importante distinguir entre dois tipos:

  1. Falha potencial: essa é uma falha que ainda não aconteceu, mas há indícios claros de que pode ocorrer em breve. Geralmente, é identificada por meio de análises preditivas e monitoramento contínuo, que revelam sinais de desgaste ou condições que aumentam o risco de falha. O objetivo da manutenção é agir antes que essa falha potencial se concretize, realizando ajustes ou substituições necessárias para evitar que o problema se transforme em uma falha real, o que poderia levar a paradas inesperadas e custos elevados.
  2. Falha funcional: refere-se a um estado na qual o equipamento não está funcionando com a eficiência esperada, embora ainda esteja em operação. Diferente da falha total, a falha funcional significa que o equipamento está comprometido, mas não completamente inoperante. Isso pode resultar em desempenho reduzido e impacto na produtividade. 

Como iniciar um plano de manutenção?

  1. Faça um levantamento detalhado de todos os equipamentos e sistemas que serão cobertos pelo plano. Inclua informações como localização, especificações técnicas e histórico de manutenção;
  2. Defina os critérios para a manutenção com base em fatores como horas de operação, ciclos de produção, desgaste estimado e recomendações do fabricante. Isso ajuda a estabelecer a frequência adequada das intervenções;
  3. Crie uma lista detalhada das atividades de inspeção e manutenção que devem ser realizadas, incluindo inspeções visuais, testes funcionais, limpeza, lubrificação, e substituição de peças. Estabeleça procedimentos claros para cada tipo de atividade;
  4. Estabeleça um cronograma com intervalos de tempo definidos para cada atividade de manutenção. Esse cronograma deve refletir a frequência das tarefas e permitir a coordenação eficiente com a operação da planta para minimizar o impacto na produção;
  5. Identifique os recursos necessários, incluindo ferramentas, equipamentos de medição, e pessoal qualificado. Certifique-se de que todos os recursos estejam disponíveis e adequadamente calibrados;
  6. Desenvolva procedimentos operacionais padrão para cada tipo de manutenção. Inclua etapas detalhadas, segurança e normas a serem seguidas durante a execução das tarefas.
  7. Garanta que a equipe responsável pela manutenção receba treinamento adequado sobre os procedimentos e o uso das ferramentas e equipamentos necessários. A capacitação contínua é crucial para manter a eficácia do plano.
  8. Mantenha registros precisos de todas as atividades de manutenção realizadas, incluindo datas, detalhes das tarefas, e observações. Esses registros ajudam a monitorar a eficácia do plano e a identificar tendências ou problemas recorrentes.
  9. Periodicamente, avalie a eficácia do plano de manutenção preventiva e faça ajustes conforme necessário. Utilize dados e feedback para aprimorar os procedimentos e adaptar o plano às mudanças nas condições operacionais e nos equipamentos.

FMEA (Análise dos modos e efeitos das falhas)

A análise dos modos e efeitos de falha é uma ferramenta que pode transformar como você resolve as falhas nos equipamentos da sua empresa.

Com ela, é fácil examinar os problemas, avaliar como eles afetariam o funcionamento e priorizar as ações preventivas com base no risco que elas representam. 

Isso direcionará os reparos para o local com mais urgência, em vez de fazer manutenções genéricas e sem foco.

Além disso, a FMEA fornece uma visão detalhada de cada falha potencial e das medidas que foram tomadas para preveni-las. 

Com essas informações, você pode ajustar e refinar seu plano de manutenção, assegurando que os equipamentos permaneçam operando de forma confiável e eficiente. 

Em essência, isso é o que transforma a manutenção preventiva de uma tarefa reativa em uma estratégia proativa, garantindo que os problemas sejam evitados antes mesmo de aparecerem.

Quais são os custos?

Para garantir que os equipamentos continuem funcionando sem problemas, é necessário investir em uma série de tarefas planejadas que ocorrem em intervalos regulares. 

Esses investimentos incluem os custos com a equipe que realiza as atividades, os materiais e ferramentas necessários, e também possíveis pausas na produção enquanto a manutenção é realizada. 

Além disso, é preciso considerar o custo de adquirir e manter um sistema que organiza e programa essas tarefas, ajudando a manter tudo em ordem e a evitar surpresas desagradáveis.

Lembre-se que escolher entre manutenção preventiva e outras abordagens exige uma análise cuidadosa das necessidades e características da sua operação. 

Quando um equipamento é crucial e a possibilidade de uma parada inesperada pode causar prejuízos significativos, a manutenção preventiva se destaca como uma opção confiável. 

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