Você administra uma empresa lucrativa, mas está sempre preocupado com as obrigações fiscais do negócio?

Delega tudo ao seu contador e não procura entender muito do assunto por achar que ele não é relevante e foge do seu escopo?

Esse é um cenário muito comum em pequenas empresas brasileiras. O fato é que realizar uma gestão fiscal eficiente pode significar redução das despesas e evitar problemas com o fisco, como multas e processos.

Essa área é geralmente evitada e tratada como complicada, porém, com um pouco de conhecimento e planejamento, pode-se tornar o processo mais simples para a empresa e evitar muitas dores de cabeça.

Manter uma empresa de pé é uma tarefa que exige bastante determinação e perseverança por parte dos gestores. São muitas responsabilidades, metas a se cumprir, problemas de percurso etc.

Entre essas tarefas, existe a necessidade de investir continuamente em uma gestão fiscal que ajude a empresa a ficar em dia com o fisco e, ao mesmo tempo, otimizar o processo de trabalho e consequentemente, a lucratividade do negócio.

O fato é que muitos dos erros cometidos pelas organizações ocorrem porque os gestores não aplicam ações de prevenção, a fim de obter um planejamento mais focado na realidade do empreendimento e nos recursos existentes, em caso de possíveis crises financeiras.


O que é e qual o papel de uma gestão fiscal eficiente?

Gestão fiscal refere-se ao ato de administrar um negócio prestando atenção às obrigações tributárias. Quando essa ação é feita com êxito, temos um exemplo de uma gestão fiscal eficiente.

Contudo, mesmo que esse conceito seja amplamente falado e necessário, alguns empreendedores ainda resistem em executar os passos básicos para o sucesso de qualquer instituição, seja por desconhecimento ou falta de planejamento.

A boa notícia é que com objetivos claros e as ferramentas certas, o empresário consegue lograr êxito quando o assunto é uma gestão fiscal eficiente. 

Foi pensando nisso que preparamos 7 dicas práticas para que o seu negócio dê um salto no setor fiscal. Confira.


1.  Entenda seu regime tributário

O primeiro passo para uma gestão fiscal eficiente é entender o regime tributário em que sua empresa se encaixa.

Converse com seu contador e procure elencar não somente as obrigações, mas também os direitos do seu negócio de acordo com o regime em que ele se encontra.

O código tributário brasileiro é extenso e varia muito de acordo com o porte da empresa, o regime de tributação escolhido, o estado e até o município. Por isso é importante se inteirar da realidade do seu negócio e não se basear apenas no senso comum.

Liste todos os impostos a que sua empresa está sujeita, suas alíquotas e datas de vencimento. Assim, fica muito mais fácil de seguir a próxima dica.



2. Organize o pagamento das obrigações fiscais

Antes de executar de fato o início das atividades da sua organização, é importante executar um planejamento visando prever possíveis problemas (comuns ou não) que podem surgir nesta empreitada.

Assim, é interessante começar essa projeção pelo regime tributário mais adequado ao seu empreendimento, de modo que a empresa consiga obter lucro sem deixar de cumprir as obrigações tributárias.

Tendo isso em vista, é extremamente essencial que essa escolha seja feita com base na realidade do estabelecimento e de forma a não dar um passo “maior que a perna”. 

Ou seja, se o processo de tomada de decisões já começar errado, é bem provável que essa sociedade empresarial caia no prejuízo e, na pior das hipóteses, vá à falência, tendo que fechar as portas.

Deixar de pagar tributos, seja por falta de caixa ou por erros na declaração e arrecadação, pode se tornar um problema muito maior do que parece a princípio. Multas, juros e até bloqueios e processos podem ocorrer por parte do fisco, prejudicando toda a operação da empresa.

Por isso, torne o pagamento das obrigações fiscais a prioridade do caixa do negócio. Organize e planeje a vida financeira da empresa começando pelos tributos.

Uma análise e planejamento de fluxo de caixa pode prever e resolver muitos problemas nesse momento, por isso nunca deixe de utilizar essa ferramenta como sua aliada na condução da saúde financeira do seu negócio. Escrevemos aqui um guia completo sobre fluxo de caixa.



3. Tome conhecimento de benefícios fiscais

Se engana quem pensa que a função do fisco é apenas cobrar. A fim de fortalecer a competitividade e manter a economia ativa, os órgãos fiscais também oferecem algumas isenções e/ou deduções em alguns impostos. 

Diante disso, avalie esse ponto no seu planejamento tributário, pois pode ser uma maneira de sua organização obter alguma vantagem legal.

Dependendo da cidade ou estado, esses benefícios podem variar, podendo ser de grande ou menor relevância para os empresários. 

Tanto é que alguns não demonstram interesse nesses abatimentos, a não ser que estejam dispostos a mudarem a sede do estabelecimento para outra cidade ou UF. 

Mas, por via das dúvidas, nunca é demais verificar. Quem sabe você não consegue um extra para investir naquele produto ou serviço novo?


4. Atente-se para a escrituração das transações financeiras

Esse é um dos principais pontos que precisa ser levado em conta, afinal quando falamos de organizações com fins lucrativos é quase impossível não mencionarmos a importância que as operações financeiras têm nesse processo.

As transações financeiras de uma empresa precisam ser escrituradas, ou seja, informadas ao fisco para que seja realizado o recolhimento correto dos tributos. Esse é um dos passos mais importantes para uma arrecadação correta e sem problemas fiscais e legais.

Em face do exposto, é pertinente ressaltar o quanto todas as informações financeiras, entradas e saídas, carecem de ser registradas com o máximo de zelo.

Até pelo motivo de que a não observância desse critério pode levar a instituição ao famoso crime de superfaturamento, ou seja, a omissão de dados obrigatórios aos órgãos competentes.

Esse erro, mesmo que feito de forma não intencional (no caso de pequenas empresas ou aquelas que estão começando), além de configurar em um ato ilegal, ainda prejudica a reputação da marca e, é claro, o seu capital financeiro.

Em vista disso, é fundamental que seja feito um rigoroso controle de tudo aquilo que entra e o que sai, com o objetivo de detalhar e contabilizar o lucro de cada período. 

Nesse momento, o auxílio de um profissional contábil e um sistema de gestão financeira são recursos bastante úteis para que as obrigações jurídicas não sejam infringidas.


5. Participe dos processos e mantenha-se atualizado

Apesar de as funções em uma empresa estarem bem visíveis, é sempre oportuno que os gestores tomem conhecimento do andamento dos outros setores.

Desse modo, é conveniente acompanhar o bom fluxo dos trabalhos, principalmente aqueles mais necessários na hora de tomar decisões assertivas.

Não estamos nos referindo a uma mera fiscalização, mas sim ao fato do gestor apropriar-se dos fatos e processos relacionados à área tributária. 

Não apenas acompanhar e supervisionar a condução dos processos fiscais internamente, mas também ficar atento para novidades na legislação tributária. As normas, alíquotas e benefícios estão em constante atualização e você precisa se inteirar. Não deixe de conversar com seu contador e esteja sempre procurando mais conhecimento.

Dessa maneira, o empreendedor pode se manter sempre atualizado em relação às atualizações fiscais, conseguindo traçar metas mais adequadas frente à realidade tributária vigente.


6. Aplique auditorias sempre que necessário

Dentro de uma empresa, a auditoria interna tem a função de assegurar a eficiência das atividades desenvolvidas ao longo de determinado espaço de tempo.

Esse procedimento é muito importante à saúde fiscal do negócio, uma vez que é possível identificar os erros cometidos e a melhor maneira de reajustar os objetivos esperados em face dos resultados obtidos.

Logo, o empresário e equipe conseguirão traçar planos a curto e médio prazo, a fim de, por exemplo, corrigir em um menor espaço de tempo, alguma falha na oferta de algum produto/serviço e assim recuperar o prejuízo e/ou aumentar as vendas.


7. Utilize a tecnologia a seu favor

Graças à tecnologia, muitas tarefas e processos decisórios já podem ser facilitados atualmente, o que contribui em muito na produtividade dos colaboradores, resultando na economia de tempo e na melhor execução das funções.

Para alcançar esse fim, as instituições já podem contar com softwares desenvolvidos para oferecer maior eficiência no trabalho, reduzindo a repetição manual, a qual geralmente resulta em algum erro, seja por descuido ou exaustão da pessoa responsável.

Portanto, um sistema de gestão eficiente é um grande aliado a todas as equipes de uma empresa, principalmente ao setor fiscal, pois esse sistema de gerenciamento garante mais segurança e rapidez aos trabalhadores.

Além dessas vantagens, um software inteligente também traz mais benefícios à saúde financeira das instituições, como por exemplo, uma melhor disposição dos dados e um melhor controle do fluxo de caixa, estoque, produção etc.

E o ideal é que esse ambiente seja totalmente integrado: ou seja, todos esses departamentos conversam entre si dentro do sistema e estão conectados a uma base de dados central, garantindo informações consistentes e sempre atualizadas, qualquer que seja a área da empresa que está utilizando-o. Dessa forma, há uma economia de tempo, dinheiro e o gasto com investimentos desnecessários.


Conclusão

Gerir uma empresa não é uma atividade tão simples, tendo em vista que são muitas responsabilidades e metas a serem desempenhadas, caso o empreendedor não queira perder o investimento em tempo e dinheiro.

Não deixe de dar uma atenção especial à saúde fiscal de sua empresa, pois ela é o coração do seu negócio. 

Assim, a partir de uma gestão fiscal efetiva, seu empreendimento tem mais chances de precaver-se de imprevistos e, em caso de estes ocorrerem, também fica mais preparado para tomar uma solução adequada.

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