Você sabe como avaliar a eficiência real dos seus equipamentos? O OEE, ou Overall Equipment Effectiveness, é um indicador de eficiência crucial para a gestão de qualquer ambiente produtivo. 

Ele integra três componentes essenciais: disponibilidade, performance e qualidade, fornecendo uma visão clara da eficácia operacional.

Empresas ao redor do globo buscam alcançar incessantemente o padrão de excelência, com valores de OEE acima de 85%. 

No entanto, entender e aplicar corretamente o cálculo do OEE pode ser um desafio: OEE = Disponibilidade x Performance x Qualidade. 

Cada componente desempenha um papel vital na composição do resultado, que nos diz quão próximo estamos da perfeição produtiva.

Neste artigo, mergulharemos no universo do indicador de eficiência do equipamento e desvendar como você pode calcular o OEE para elevar a performance dos seus ativos. 

Se você visa otimizar suas operações e se aproximar daquela marca invejável de 100% de eficiência, continue lendo e descubra as estratégias que podem transformar sua produção.

O que é OEE?

OEE, sigla para Overall Equipment Effectiveness, é uma medida de desempenho de equipamentos industriais frequentemente usada para avaliar a eficiência global de uma planta de produção.

Ele é calculado multiplicando-se três fatores-chave: disponibilidade, desempenho e qualidade.

A disponibilidade mede o percentual de tempo em que o equipamento está disponível e pronto para ser utilizado. 

O desempenho avalia a eficácia do equipamento em operação, considerando a velocidade nas quais as unidades são produzidas. 

Já a qualidade analisa a quantidade de unidades produzidas que estão conforme as especificações de qualidade.

Com base nesses três fatores, esse indicador fornece uma visão abrangente do quão eficaz a planta de produção está operando. 

Um OEE de 100% indica que a planta está operando com máxima eficiência, enquanto um OEE de 0% indica que a planta está completamente ineficaz.

Portanto, podemos o considerar uma ferramenta valiosa para:

  • identificar e reduzir gargalos na produção;
  • otimizar o desempenho do equipamento;
  • aumentar a eficiência geral da planta.

Por meio da medição do OEE, as empresas podem identificar áreas que necessitam de melhorias e implementar estratégias para maximizar o retorno sobre o investimento em equipamentos.

Além disso, também pode ser usado como uma métrica para comparar o desempenho entre diferentes plantas ou linhas de produção e para acompanhar a evolução ao longo do tempo.‍

Evolução e história do índice OEE

A evolução e a história do índice Overall Equipment Effectiveness (OEE), que significa Eficiência Geral dos Equipamentos, é profundamente enraizado nas indústrias de manufatura.

O conceito foi inicialmente desenvolvido no Japão durante o início dos anos setenta como parte essencial do Sistema de Produção Toyota, buscando maximizar a eficiência e minimizar o desperdício.

Com o passar dos anos, esse índice começou a ser adotado em escalas globais para avaliar a produtividade das máquinas e equipamentos de produção.

A partir disso, as empresas obtêm informações valiosas para identificar áreas de melhoria, realizar ajustes e assim aumentar a produtividade de máquinas e funcionários.

Atualmente, sua prática está estabelecida em praticamente todos os setores da indústria, desde a produção de alimentos até a fabricação de carros, se tornando fundamental para manter a competitividade e a excelência operacional nestes setores.

OEE e Lean Manufacturing

A eficiência geral dos equipamentos (OEE) e a manufatura enxuta (Lean Manufacturing) são duas metodologias de melhoramento de processos industriais que andam de mãos dadas na otimização da produtividade e da qualidade.

A manufatura enxuta busca a melhoria contínua dos processos ao eliminar atividades que não adicionam valor ao produto final, favorecendo a gestão eficiente de recursos e a redução de custos.

Ambas as estratégias proporcionam uma abordagem sistemática para otimização dos processos industriais, permitindo às organizações responder mais rapidamente às demandas do mercado enquanto mantêm ou melhoram os níveis de qualidade e eficiência.

Assim, a integração de OEE e Lean Manufacturing pode proporcionar competitividade sustentável em um ambiente de manufatura cada vez mais competitivo.

OEE e Manutenção

A eficácia global do equipamento (OEE) e a manutenção estão intrinsecamente ligadas, sendo componentes essenciais da gestão de operações industriais.

A manutenção, é um aspecto igualmente crucial, que contribui para a segurança, eficiência e durabilidade do equipamento. Uma estratégia de manutenção adequada pode melhorar significativamente o desempenho do OEE, identificando e retificando os problemas antes que resultem em falhas dispendiosas.

A manutenção preventiva, por exemplo, ajuda a minimizar interrupções nas operações, otimizando o tempo de produção e garantindo funcionamento estável e consistente do maquinário.

Desta forma, a integração efetiva da OEE e da manutenção permite uma gestão mais eficaz dos ativos, conduzindo a melhores resultados operacionais e financeiros.

OEE e PCP

A eficiência total dos equipamentos e o planejamento e controle da produção (PCP) são ferramentas cruciais para a gestão eficiente de qualquer operação de produção.

O PCP ajuda a gerir todas as operações de negócios, desde a aquisição de matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente. Ele controla detalhadamente e regula todas as atividades de produção, assegurando a máxima eficiência no processo dos negócios.

O índice da eficiência global dos equipamentos pode auxiliar os profissionais de PCP a elaborarem planejamentos e ações mais assertivas no dia a dia da empresa.

Os benefícios ao planejamento da produção que o índice pode trazer são vários. Uma análise profunda dos resultados do OEE pode, por exemplo, indicar se existe espaço para melhorias com os recursos disponíveis, ou se há problemas de capacidade de produção.

É vital mencionar que o uso eficaz do OEE e PCP pode conduzir ao aumento da produtividade, à diminuição dos atrasos na produção e à melhoria geral do desempenho do negócio. Juntos, estas ferramentas permitem uma gestão de produção mais inteligente e eficiente.

Melhores práticas para a aplicação do OEE na manufatura

A aplicação correta do OEE requer a consideração de vários fatores-chave.

Inicialmente, é crucial compreender os diferentes componentes do OEE: disponibilidade, performance e qualidade.

Cada um desses elementos deve ser medido e analisado individualmente para identificar possíveis deficiências.

É importante coletar e processar dados em tempo real e implementar práticas consistentes de manutenção preventiva para otimizar o desempenho do equipamento.

A utilização de softwares de controle de qualidade e a formação de equipes multifuncionais dedicadas ao monitoramento e melhoria contínua, são igualmente importantes.

A prática do kaizen, um método de melhoria contínua, enraizado na filosofia japonesa, também pode ser extremamente útil na aplicação do OEE.

Contudo, as melhores práticas só serão efetivas se houver um comprometimento total da organização e uma mentalidade de melhoria contínua.

A implantação do OEE não é apenas uma tarefa técnica, mas também exige uma transformação cultural.

Por que medir o OEE?

A medição do Overall Equipment Effectiveness (OEE) é crucial para as empresas que desejam otimizar a eficiência de suas operações de manufatura.

Isso acontece por que ele oferece uma visão abrangente do desempenho da máquina, considerando diferentes tipos de perdas, como paradas não planejadas, tempos de setup e perdas de velocidade.

Ao medi-lo, as empresas conseguem identificar oportunidades de melhoria, reduzir desperdícios e aumentar a produtividade.

O OEE também fornece dados acionáveis que permitem tomar decisões embasadas, como investir em manutenção preventiva, capacitação de operadores ou até mesmo atualização de equipamentos.

Com uma medição precisa, as empresas podem maximizar o tempo de atividade das máquinas, melhorar a qualidade dos produtos e reduzir os custos de produção.

Por fim, a medição do OEE também é essencial para a avaliação do desempenho comparativo entre equipamentos, linhas de produção ou unidades de negócios, fornecendo insights valiosos para a tomada de decisões estratégicas e alocação de recursos.‍

Como fazer o cálculo do OEE?

Para calcular o OEE, é necessário considerar três principais indicadores de desempenho: disponibilidade, desempenho e qualidade.

A disponibilidade representa o tempo em que o equipamento está disponível para operação, o desempenho mede a eficiência real da produção em comparação com a capacidade teórica e a qualidade avalia a quantidade de produtos finais que atendem aos requisitos de qualidade.

O cálculo do OEE combina esses três indicadores por meio da fórmula OEE = Disponibilidade x Desempenho x Qualidade, onde cada indicador é representado como uma porcentagem.

Qualidade

Por exemplo, se foram produzidas no total 3000 peças, e dessas 3000, 100 não foram consideradas com qualidade suficiente para a próxima etapa, a fórmula da qualidade fica:

Qualidade = (peças boas) / (peças boas + peças ruins) = 2900 / 3000 = 96,67%

Disponibilidade

No caso da disponibilidade, estamos falando de analisar o tempo em que o recurso esteve disponível para produção, tirando o tempo em downtime. Se em um turno de 8 horas, a máquina ficou em manutenção por 30 minutos, a disponibilidade fica:

Disponibilidade: (tempo disponível) / (tempo disponível + tempo indisponível) = 7,5 / 8 = 93,75%

Desempenho

E o desempenho mede a produtividade, ou performance, do recurso.

Imagine que o tempo de ciclo dessa máquina é de 60 segundos. A quantidade de produção teórica em um período de 8 horas seria 480 peças. Mas na realidade, foram produzidas 400 peças. O desempenho é:

Desempenho = (quantidade produzida) / (quantidade teórica) = 400 / 480 = 83,33%

Depois de calcular os 3 componentes, é só multiplica-los para obter o OEE geral da máquina.

Ao calcular o OEE, é importante ter em mente que a métrica deve ser considerada em conjunto com outros indicadores de desempenho, como o tempo médio entre falhas (MTBF) e o tempo médio para reparo (MTTR), a fim de obter uma visão abrangente da eficiência do equipamento.

Além disso, seu cálculo deve ser realizado de forma consistente e precisa, utilizando dados reais de produção e considerando todas as variáveis que podem impactar o desempenho do equipamento.

Maneiras de aumentar o OEE

Existem várias maneiras de aumentar o Overall Equipment Effectiveness (OEE) em uma operação de fabricação. No entanto, todas elas dependem de um planejamento eficaz.

Isso inclui o planejamento do tempo de produção, a programação de manutenção preventiva e a minimização de paradas não programadas.

A otimização do layout da fábrica e a implementação de tecnologias de automação também podem contribuir significativamente para a melhoria do OEE.

Investir em treinamento e capacitação para operadores e técnicos de manutenção é outra estratégia importante, pois funcionários bem treinados têm maior probabilidade de identificar e resolver problemas rapidamente, contribuindo para a redução do tempo de inatividade e a maximização da eficiência operacional.

A utilização de ferramentas de monitoramento em tempo real pode auxiliar na identificação de gargalos e ineficiências no processo de fabricação, permitindo a implementação de melhorias proativamente.

Instaurar práticas de manutenção preditiva pode ser mais uma forma de melhorar o OEE. Tais práticas permitem prever quando um equipamento específico falhará e agendar manutenções antes de ocorrerem paradas não planejadas.

Adotar a melhoria contínua é outra técnica poderosa. Significa revisar regularmente os processos e implementar mudanças para melhorar a eficiência.

Pode envolver a análise de dados operacionais para identificar áreas de desperdício, bem como o uso de técnicas como o Lean Manufacturing e o Six Sigma.

Por fim, criar uma cultura de qualidade e excelência operacional na organização pode ser altamente benéfico. 

Para isso, os líderes devem demonstrar compromisso com a melhoria constante, recompensar os funcionários por sugestões e esforços para aumentar a eficiência operacional e garantir que todos entendam a importância do OEE para o sucesso a longo prazo da organização.

Qual nível de OEE é considerado bom?

Embora não exista um padrão universalmente aceito, um nível de OEE considerado bom pode variar conforme a indústria, tipo de equipamento e outras variáveis específicas.

No entanto, em geral, um OEE acima de 85% é frequentemente considerado um bom indicador de performance, indicando que uma máquina ou processo está operando com alta eficiência.

Além disso, um OEE acima de 90% é frequentemente considerado um nível de excelência, indicando um desempenho excepcionalmente alto.

No entanto, é importante ressaltar que esse índice deve ser interpretado com cuidado, e apenas olhar para o número sem considerar o contexto e os detalhes operacionais pode levar a conclusões equivocadas.

Portanto, é recomendável que as empresas utilizem o OEE como uma ferramenta para identificar oportunidades de melhoria e monitorar o desempenho ao longo do tempo, em vez de se concentrar apenas em atingir um determinado valor de referência.

Os aspectos negativos do OEE

Apesar de sua popularidade, o OEE também possui aspectos negativos que precisam ser considerados.

Um dos principais problemas é que ele se concentra exclusivamente na eficiência da máquina, sem considerar outros fatores relevantes para o desempenho da produção, como a qualidade do produto e a flexibilidade do sistema produtivo.

Em situações em que gargalos produtivos são evidentes, maximizar o OEE torna-se imperativo. No entanto, o mesmo não se aplica aos recursos não restritivos. Buscar a maximização do OEE para esses recursos pode resultar em superprodução e desperdício de recursos, sendo uma abordagem menos eficiente e adequada.

Além disso, ele pode ser influenciado por eventos aleatórios e sazonais, o que pode distorcer a sua precisão como indicador de desempenho.

Outro ponto de atenção é que o cálculo pode ser complexo e exigir um grande esforço de coleta de dados, o que pode ser um obstáculo para empresas que não contem com um software de gestão industrial.

Por fim, vale ressaltar que a interpretação do OEE é complexa, uma vez que uma pontuação baixa não necessariamente indica um problema específico no processo produtivo.

Diante desses aspectos negativos, é importante que as empresas o utilizem com cautela, considerando suas limitações e buscando complementar sua análise com outras métricas e indicadores de desempenho.

É possível calcular o OEE com planilha? Existem softwares que calculam automaticamente?

Sim, é possível calcular o Overall Equipment Effectiveness (OEE) utilizando planilhas.

A metodologia para calcular o OEE envolve a coleta de dados de disponibilidade, desempenho e qualidade da máquina ou processo de produção.

Esses dados podem ser organizados e analisados por meio de planilhas eletrônicas para se chegar ao cálculo do OEE.

No entanto, vale ressaltar que a utilização de planilhas para esse fim pode ser mais suscetível a erros humanos, o que pode comprometer a precisão do cálculo.

Além disso, o processo de atualização e análise dos dados pode demandar mais tempo e esforço.

Existem softwares especializados que automatizam o cálculo do OEE, facilitando a coleta, análise e interpretação dos dados de desempenho.

Esses softwares são projetados para simplificar o processo de monitoramento da eficiência operacional, permitindo que as empresas identifiquem rapidamente áreas de ineficiência e tomem medidas corretivas de forma mais eficaz.

Portanto, enquanto as planilhas podem ser utilizadas para calcular o OEE, os softwares especializados oferecem uma solução mais eficiente e precisa para o monitoramento e melhoria do desempenho operacional.

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O OEE no Sensio

O OEE e a Indústria 4.0

A Indústria 4.0 tem revolucionado a forma como as empresas lidam com a automação e a tecnologia, e o OEE (Overall Equipment Effectiveness) desempenha um papel fundamental nesse cenário.

A aplicação do OEE na Indústria 4.0 pode trazer benefícios significativos ao permitir uma análise abrangente do desempenho dos equipamentos industriais, identificando áreas de oportunidade para otimização e melhoria contínua.

Além disso, sua integração com as tecnologias avançadas da Indústria 4.0, como a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial, possibilita a automatização de processos e a coleta de dados em tempo real, proporcionando uma visão mais precisa e atualizada do desempenho operacional.

Imagina ter o cálculo do OEE em tempo real e com enorme acurácia, por meio de sensores conectados à internet no chão de fábrica?

Isso, por sua vez, resulta em uma maior eficiência dos processos industriais, redução de custos e minimização de desperdícios. 

Ao alavancar o OEE na Indústria 4.0, as empresas podem tomar decisões mais embasadas, aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos, e garantir uma vantagem competitiva no mercado.

Portanto, a relação entre o OEE e a Indústria 4.0 representa uma oportunidade para as organizações impulsionarem a inovação e a excelência operacional, transformando a maneira como a indústria opera e se posiciona na era digital.

Futuro e tendências das ferramentas de OEE

O futuro e as tendências das ferramentas de Eficiência Geral de Equipamentos (OEE, do inglês Overall Equipment Efficiency) sugerem um cenário promissor para a indústria.

Cada vez mais integradas à onda de inovações proporcionada pelo conceito de Indústria 4.0, as ferramentas de OEE se revelam instrumentos essenciais para a gestão estratégica de recursos e processos em ambiente fabril.

A tendência é que as inovações tecnológicas permitam um acompanhamento mais preciso e em tempo real do desempenho dos equipamentos, auxiliando a identificar gargalos e oportunidades de melhoria.

Além disso, a progressiva inserção da inteligência artificial e do aprendizado de máquina na análise de dados de OEE pode potencializar a eficiência operacional das empresas, permitindo uma gestão preditiva e proativa.

Nesse sentido, a expectativa é que as ferramentas de OEE se tornem cada vez mais completas, integrando diversas funcionalidades em um único sistema, e mais acessíveis, com interfaces de usuário cada vez mais intuitivas e amigáveis, além de se adequarem às especificidades e necessidades individuais de cada setor industrial.

Considerações finais

Ao reconhecer a importância do OEE, as empresas podem otimizar sua operação, maximizar o uso de seus equipamentos e alcançar melhores resultados financeiros.

Dessa forma, o OEE desempenha um papel fundamental na busca pela excelência operacional e na manutenção da competitividade no mercado. 

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