Indústrias siderúrgicas de grande ou médio porte devem manter um sistema de Gestão de Risco. Esse processo é o início da fiscalização de segurança e qualidade de trabalho para os operários.

Para um bom funcionamento da segurança de trabalho é fundamental que os gestores implementem programas visando a meta principal: a saúde da sua equipe.

Nesse sentido, o objetivo prático da Ergonomia é a adaptar o posto de trabalho, desde os instrumentos, as máquinas, os horários e as técnicas de produção, que quando realizado do jeito certo propicia uma facilidade do trabalho e um rendimento do esforço humano.

Muita dessas empresas ainda não sabem implementar essa nova ciência, pois entender onde e quando ela será útil é uma tarefa complexa. Dizemos isso porque uma fábrica enfrenta inúmeros desafios, tais como:

  • impossibilidade de conseguir um único e correto método de trabalho;
  • alienação do trabalhador no processo decisório;
  • seleção física e psicológica rigorosíssimas;
  • trabalho exaustivo até a fadiga;
  • isolamento do trabalhador numa só posição;
  • desencadeamento de distúrbios osteo musculares por sobrecarga funcional;
  • redução das possibilidades funcionais do trabalhador.

E se dissemos que tudo isso é solucionado por meio da ergonomia? Pois é! A seguir apresentaremos tudo o que você precisa saber sobre ergonomia e como implementá-lo corretamente na sua fábrica de ferro e aço. Confira!

O que é Ergonomia?

A Ergonomia nada mais é do que um conjunto de conhecimentos científicos relacionado ao trabalhador e essências para o bom uso de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo conforto, segurança e eficácia.

Essa ideia é baseada no campo das ciências do homem — a antropometria, fisiologia, psicologia, sociologia, etc; cujos resultados são avaliados por critérios que pertencem à saúde, economia e sociologia.

Por isso, esse processo constitui uma parte importante da melhoria das condições de trabalho, considerando novas técnicas de organização baseadas em dados sociológicos e psicossociológicos que são de interesse coletivo.

Quais os benefícios dessa ciência

Os benefícios ergonômicos englobam programas preventivos que conscientiza sobre a importância da adoção de boas práticas.

Para compreender as vantagens dessa ciência, precisamos exemplificar os riscos para saúde profissional. A seguir, listamos algumas soluções para indústrias siderúrgicas:

Sedentarismo no chão de fábrica

É comum o chão de fábrica realizar movimentos repetitivos para cumprir suas tarefas e ao final sentirem desconforto. Muitos trabalhadores dizem não praticar atividades físicas por falta de tempo e isso potencializar as dores físicas no final de expediente.

Caso a empresa construa um espaço para alongamento e relaxamento, haverá a redução do sedentarismo da equipe e, consequentemente, os problemas ocasionados por movimentos repetitivos.

Intervalos durante a jornada de trabalho para fazer exercícios, por menor que sejam as pausas, combatem o sedentarismo e diminuem as chances de várias doenças.

Atestados e faltas médicas

A melhoria nas condições de trabalho afeta positivamente a saúde dos funcionários. Como consequência, ausências por conta de doenças físicas e até mesmos mentais diminuem.

Produtividade escalável

A produtividade dos trabalhadores também é medida por sua disposição. Logo, para ter uma equipe escalável e ágil é preciso que eles estejam com a saúde em dia, de modo a desenvolver suas tarefas profissionais.

Valorização dos colaboradores

Empresas que cultivam um bom relacionamento com os funcionários promovem sentimento coletivo de satisfação, fazendo com eles se dediquem ao máximo em suas atribuições.

Isso faz com que esses profissionais se sintam mais valorizados e felizes em seu local de trabalho.

Medidas que contribuem para um ambiente laboral saudável

Garantir o ambiente de trabalho saudável e ergonômico proporciona excelentes ganhos para a equipe e para a indústria, além de favorecer a excelência dos resultados.

A seguir listaremos algumas medidas que podem ser implementadas nesse processo, além de apresentarmos sugestões para agregar à rotina corporativa:

1) Organização funcional

A padronização e a organização de toda a cadeia produtiva precisa fazer sentindo com as necessidades da indústria. Ou seja, não adianta deixar seu ambiente de trabalho regulado para garantir uma melhor postura se você precisar se desviar o tempo todo para pegar algo.

O recomendado para esse tipo de gestão é que todas as ferramentas e objetos necessários a produção estejam sempre á vista e próximo dos colaboradores.

2) Regular a plataforma de trabalho

Em indústrias siderúrgicas, por muitas vezes, colaboradores trabalharão em posições desconfortáveis — na vertical e debruçados sobre as máquinas.

Nesse sentido, é essencial regular a altura do posto de trabalho da maneira mais adequada:

  • Para atividades pesadas: a bancada deve ser ajustado cerca de 10 cm abaixo  da cintura;
  • Para  atividades mais leves: a plataforma de trabalho deve ficar na altura  dos cotovelos;
  • Para atividades visualmente precisas: a bancada deve ser ajustado à altura do peito. 

3) Regular altura da cadeira

Para quem trabalha em pé, assim como tópico acima, é importante ficar atento à altura da cadeira em relação á bancada. Aqui, consideraremos que:

  • cadeiras baixas podem ocasionar dor muscular; 
  • cadeiras altas pode acarretar dor nas costas.

Daí, manter a posição ereta e apoia as costas no encosto da cadeira evitará dores e desconforto após longo período de trabalho. Lembre-se também de apoiar o braço da cadeira em 90°.

4) Melhorar a postura

Se você trabalha sentando, é importante levantar e se movimentar ao longo da jornada de trabalho.

5) Controlar os movimentos repetitivos

Procure padrões de movimento alternados durante a jornada de trabalho, evitando realizar tarefas com movimentos repetitivos. Isso evita lesão, cansaço e qualquer tipo de desconforto durante o andamento das etapas produtivas.

6) Aqueça-se

Quando sua equipe for iniciar a jornada de trabalho, é sempre bom incentivá-los a praticar exercícios de aquecimento, com movimentos contrários aos que realiza em sua atividade cotidiana.

7) Carregue peso, mas do jeito certo

Para carregar peso, é importante respirar fundo, prender a respiração, flexionar as pernas e o tronco em até 45°.

Essa técnica diminui a pressão sobre a coluna, evitando o desgaste, lesões e o cansaço da equipe de carga e descarrega de produtos.

Vale ressaltar que utilizar cinturões e outros equipamentos para garantir a segurança é fundamental e diminui ainda mais o impacto.

8) Distribua o peso

Não permita que seus funcionários carreguem peso na cabeça, pois isso pode levar à degeneração dos discos da coluna cervical.

Nesse sentido, para distribuir o peso dos dois lados do corpo, eles devem carregá-lo com os braços estendidos.

9) Não sobrecarregue sua equipe

É dever da empresa ter um responsável pela segurança do trabalho, certificando-se de que a carga está compactada e que a equipe operacional consiga carregar esse peso.

Lembre-se que levantar peso de maneira incorreta pode lesionar joelhos e coluna.

10) Observe o acesso à carga

Evite tropeções e escorregões, verifique as condições do piso e a facilidade de acesso à carga antes de levantá-la.

Considerações Finais

Nas indústrias, a qualidade de vida no trabalho nem sempre foi um desafio (e para muitas organizações ainda não são).

No entanto, um ambiente de trabalho saudável tem impacto direto na produtividade, satisfação e engajamento dos profissionais.

Para avaliar o bem-estar dos colaboradores, é necessário considerar três aspectos:

Isso significa fornecer equipamentos adequados para função, ergonomia, conforto térmico e acústico. Além disso, é importante fornecer conexão, respeito, apreciação, reconhecimento e alívio do estresse.

Seu negócio está preparada para traçar um diagnóstico de como está o ambiente de trabalho? Então perca tempo e comece a implementar as boas práticas.

Até a próxima!